O cinema documental e a construção da realidade e da memória coletiva dos destinos turísticos
O caso da Serra da Estrela, Portugal
Palavras-chave:
Documentário, Destinos Turísticos, Imagem Turística, Perceções, Serra da Estrela.Resumo
As sociedades modernas têm vindo a reconhecer um papel central aos mass media no processo de formação da opinião pública acerca da generalidade dos assuntos do quotidiano. Foi assim desde as teorias e estudos pioneiros sobre os efeitos dos media e continua a ser com as teorias mais recentes que denotam um olhar renovado a partir de perspetivas comportamental, afetiva e cognitiva. O estudo que suporta este artigo foi alicerçado teoricamente em teorias da comunicação recentes, em particular na Teoria da Construção Social da Realidade articulada com a Teoria da Memória Coletiva. Pretendeu-se refletir a forma como os media, em particular a sétima arte podem contribuir para a construção da imagem dos destinos turísticos focalizando a atenção analítica no efeito das representações, por eles veiculadas, na perceção subjetiva da realidade das suas audiências. Procurou-se aferir a forma como as histórias mais frequentes, as problemáticas mais comuns, as imagens mais icónicas de personagens, acontecimentos e lugares, presentes num conjunto de documentários sobre a Serra da Estrela se refletem nas perceções coletivas acerca destes territórios dos portugueses. Com esse propósito analisaram-se 11 documentários rodados na Serra da Estrela, entre 1965 e 2020 e que tomaram a segunda mais alta montanha portuguesa como atriz principal. As principais conclusões apontam para uma certa similaridade na forma como, ao longo do período em análise, os territórios que enquadram a região da Serra da Estrela têm vindo a ser retratados, indiciando que os documentários são agentes ativos na formação das perceções plasmadas na memória coletiva acerca destes territórios.
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