Acessibilidade em centros históricos: uma análise exploratória em destinos turísticos brasileiros a partir do Tripadvisor

Autores

  • Daiko Lima e Silva Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC e Agencia de Desenvolvimento do Turismo do Estado de Santa Catarina - SANTUR
  • Kennedy Kaufummam Costa Mafra Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN e Universidade de São Paulo (USP)
  • Samuel Ribeiro dos Santos Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - IF SUDESTE MG
  • Elídio Vanzella Universidade Federal da Paraíba - UFPB e Florida Christian University - FCU

DOI:

https://doi.org/10.28998/ritur.V15.N2.A2025.pp19-38.18487

Palavras-chave:

Turismo, Acessibilidade, Centro Histórico, Patrimônio, TripAdivisor

Resumo

A acessibilidade é uma questão fundamental para a qualidade de vida de pessoas com deficiência, mobilidade reduzida e idosos, além de refletir o nível de democratização de um Estado. Este estudo teve como objetivo analisar a percepção dos usuários do TripAdvisor sobre a acessibilidade em Centros Históricos brasileiros, incluindo Florianópolis (SC), Ouro Preto (MG), São Luís (MA), Pirenópolis (GO) e Belém (PA). A pesquisa é qualitativa, exploratória e descritiva, com base em revisão bibliográfica e análise documental. Foram examinados 1919 comentários, dos quais 319 (17%) mencionaram questões de acessibilidade. Os dados foram processados ​​no software IRaMuTeQ, gerando uma nuvem de palavras, análise de similitude e classificação hierárquica descendente. Os resultados indicaram a importância de tornar a acessibilidade um tema central tanto na investigação acadêmica quanto na gestão pública do turismo. Identificaram-se fragilidades significativas nos cinco Centros Históricos, o que prejudicam a mobilidade e a permanência dos visitantes, impactando aspectos econômicos e democráticos. A pesquisa também destacou o aumento da população idosa no Brasil, reforçando a urgência de melhorias nesses destinos. O estudo contribui para o debate sobre políticas inclusivas, especialmente em patrimônios reconhecidos pela UNESCO e IPHAN, e destaca a acessibilidade como um direito constitucional, além de uma questão mercadológica. Espera-se que esses destinos se adaptem para receber turistas e moradores com dificuldades de mobilidade. As limitações incluem o número restrito de locais analisados ​​e a falta de estudos semelhantes focados na gestão pública do turismo. O trabalho sugere investigações futuras, como análise de capitais brasileiras, cidades de um Estado específico ou estudos quantitativos, ampliando o entendimento sobre acessibilidade no turismo.

Downloads

Biografia do Autor

Daiko Lima e Silva, Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC e Agencia de Desenvolvimento do Turismo do Estado de Santa Catarina - SANTUR

Doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Socioambiental pela Universidade do Estado de Santa Catarina - PPGPLAN/UDESC. Mestre em Administração pela ESAG/UDESC. Especialista em Controle da Gestão Pública Municipal pelo CSE/UFSC. Graduado em Turismo e Hotelaria pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Turismologo Efetivo do Estado de Santa Catarina. Pesquisador do Laboratório de Planejamento Urbano e Regional - LABPLAN/UDESC; do Grupo de Cultura e Estudos em Turismo da Universidade Federal da Paraíba (GCET/UFPB); e do Grupo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar - GEPDRAF/UNIPAMPA. Bolsista UNIEDU/FUMDES/SED/SC.

Kennedy Kaufummam Costa Mafra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN e Universidade de São Paulo (USP)

Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - PPGTur/UFRN. Especialista em Docência Profissional e Tecnológica pelo Instituto Federal do Espírito Santo (IFES), em Digital Business pela Universidade de São Paulo (USP) e em Marketing Digital pela Faculdade Venda Nova do Imigrante (FAVENI). Graduado em Turismo pela UFRN. Pesquisador da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e pesquisador do Grupo de Cultura e Estudos em Turismo da Universidade Federal da Paraíba (GCET/UFPB).

Samuel Ribeiro dos Santos, Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais - IF SUDESTE MG

Graduando em Gestão de Turismo, técnico em Meio Ambiente e técnico em Guia de Turismo pelo Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais (IFSULDEMINAS). Pesquisador do Grupo de Cultura e Estudos em Turismo da Universidade Federal da Paraíba (GCET/UFPB).

Elídio Vanzella, Universidade Federal da Paraíba - UFPB e Florida Christian University - FCU

Doutor e Mestre em Modelos de Decisão e Saúde pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB. Graduado em Administração de Empresas pelo Instituto de Educação Superior da Paraíba (IESP). Professor da Florida Christian University (FCU) e vice coordenador do Grupo de Cultura e Estudos em Turismo da Universidade Federal da Paraíba (GCET/UFPB).

Referências

ABNT. ABNT NBR 9050:2020. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 2020.

ANTONIO, Nuno; CORREIA, Marisol B.; RIBEIRO, Filipa Perdigão. Exploring user-generated content for improving destination knowledge: The case of two world heritage cities. Sustainability, v. 12, n. 22, p. 9654, 2020. Dísponivel em: https://doi.org/10.3390/su12229654. Acesso em: 5 maio 2024.

BRAGA, Alice dos Santos; MELLO, José André Villas Boas; SILVA, Pâmella Thimoteo da; MELLO, Andrea Justino Ribeiro. Estudo Netnográfico a partir dos comentários emitidos no Facebook sobre patrimônio e o turismo em Tinguá-RJ-Brasil. Revista Turismo & Desenvolvimento, v. 39, p. 405-423, 2022. Disponível em: https://doi.org/10.34624/rtd.v39i0.25875. Acesso em: 2 maio 2024.

BRASIL. Lei n.º 10.741, de 1º de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto da Pessoa Idosa e dá outras providências. Disponível em: https ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /leis /2003 /l10.741 .htm . Acesso em: 2 maio 2024

BRASIL. Decreto n. º 5.296 de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as leis nos 10.048, de 8 de novembro de 2000, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm. Acesso em: 2 maio 2024.

BRASIL. Lei n.º 14.423, de 22 de julho de 2022. Altera a Lei n.º 10.741, de 1º de outubro de 2003, para substituir, em toda a Lei, as expressões “idoso” e “idosos” pelas expressões “pessoa idosa ” e “pessoas idosas”, respectivamente. Disponível em: https ://www .planalto .gov .br /ccivil_03 /_Ato2019 -2022 /2022 /Lei /L14423 .htm #art2 . Acesso em: 12 nov. 2024.

CAMARGO, Brigido Vizeu; JUSTO, Ana Maria. IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas em psicologia, v. 21, n. 2, p. 513-518, 2013. http://doi.org/10.9788/TP2013.2-16. Acesso em: 10 maio 2024.

CAPOCCHI, Alessandro; VALLONE, Cinzia; PIEROTTIE, Maria Rita; AMADUZZI, Andrea. Overtourism: A literature review to assess implications and future perspectives. Sustainability, v. 11, n. 12, p. 3303, 2019.. Disponível em: https://doi.org/10.3390/su11123303. Acesso em 2 maio 2024.

DE LATORRE, O. P. El turismo: fenômeno social. México/MX: Fondo de Cultura Económica, 1997.

FLORIPAMANHÃ. Florianópolis: Cidade Unesco da Gastronomia / Unesco City of Gastronomy. 2024. Disponível em: https://floripamanha.org/prioridades-floripamanha/florianopolis-cidade-unesco-da-gastronomia-unesco-city-of-gastronomy/. Acesso em: 6 maio 2024.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GODOY, Arlida Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de administração de empresas, v. 35, p. 57-63, 1995.

GOMES, Ruthie Bonan; GARCIA, Ana Luíza Casasanta. A falta de acessibilidade urbana para pessoas com deficiência e suas implicações em saúde mental e garantia de direitos humanos. Cadernos Brasileiros de Saúde Mental/Brazilian Journal of Mental Health, v. 9, n. 24, p. 230-253, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.5007/cbsm.v9i24.69615. Acesso em: 7 maio 2024.

IBGE. História & fotos. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ma/sao-luis/historico. Acesso em: 7 maio 2024.

IBGE. História & fotos. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2012. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pa/belem/historico. Acesso em: 7 maio 2024.

IBGE. História & fotos. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2014. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sc/florianopolis/historico. Acesso em: 7 maio 2024.

IBGE. História & fotos. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2015. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/mg/ouro-preto/historico. Acesso em: 8 maio 2024.

IBGE. História & fotos. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2017. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/go/pirenopolis/historico. Acesso em: 8 maio 2024.

IBGE. Divisão regional do Brasil em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias, 2017. Coordenação de Geografia, 2017.

IPHAN. Instrução normativa n.º 1, de 25 de novembro de 2003. dispõe sobre a acessibilidade aos bens culturais imóveis acautelados em nível federal, e outras categorias, conforme especifica. Portal IPHAN, 2003. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/uploads/legislacao/Instrucao_Normativa_n_1_de_25_de_novembro_de_2003.pdf. Acesso em: 13 maio 2024.

IPHAN. Belém (PA). Portal IPHAN, 2014. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/103. Acesso em: 14 maio 2024.

IPHAN. Pirenópolis (GO). Portal IPHAN., 2014. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/364. Acesso em: 15 maio 2024.

IPHAN. São Luís (MA). Portal IPHAN, 2014.Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/346. Acesso em: 15 maio 2024.

KOZINETS, Robert. Netnografia: realizando pesquisa etnográfica online. São Paulo/SP: Penso Editora, 2014.

LEAL, V., RIBEIRO, M., HOFFMANN, C., TRAVERSO, L, & MOURA, G. Turismo acessível: Uma análise sobre a acessibilidade dos atrativos turísticos localizados no centro histórico de Porto Alegre - RS. In: E. VANZELLA, A. BRAMBILLA & M. FÉLIX DA SILVA (Orgs.), Turismo e hotelaria no contexto da acessibilidade (pp. 73–106). João Pessoa/PB: Editora do CCTA, 2018. Disponível em:https://www.ufpb.br/gcet/contents/documentos/repositorio-gcet/livros/serie-turismo-e-hotelaria/turismo-hotelaria-no-contexto-da-acessibilidade.pdf.

MÁRQUEZ-GONZÁLEZ, Clara; HERRERO, José Luis Caro. Ciudades Patrimonio de la Humanidad de España: la reputación online como elemento de desarrollo turístico. Pasos Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, v. 15, n. 2, p. 437-457, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.25145/j.pasos.2017.15.028. Acesso em: 10 maio 2024.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Estatuto do idoso. 2 Ed. Brasília/DF: Editora do Ministério da Saúde, 2007.

MREJEN, M; NUNES, L; GIACOMIN, K. Envelhecimento populacional e saúde dos idosos: O Brasil está preparado. São Paulo/SP: Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, 2023.

Ministério do Turismo. Turismo e acessibilidade. manual de orientações. 2 Ed. Brasília/DF, 2006.

MUNIZ, Larissa Mirapalheta; DOS SANTOS, Carlos Alberto Frantz. Turismo e Conteúdo Gerado pelo Usuário: uma análise sobre o comportamento do consumidor na internet por meio de comentários de viagens online. SINERGIA-Revista do Instituto de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis, v. 23, n. 1, p. 65-80, 2019. Disponível em: https://doi.org/10.17648/sinergia-2236-7608-v23n1-8556. Acesso em: 17 maio 2024.

PAES-LUCHIARI, M. T. D. Centros históricos: Mercantilização e territorialidades do patrimônio cultural urbano. GEOgraphia, 7(14), 2010. Disponível em: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2005.v7i14.a13490. Acesso em: 20 maio 2024.

PÉREZ, X. P. Turismo cultural: uma visão antropológica. 2 Ed. Tenerife/ES: PASOS, 2009.

PRODANOV, C. C.; FREITAS, E. C. Metodologia do trabalho científico: métodos técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2 Ed. Campo Bom/RS: Editora Feevale, 2013.

PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS. Programa Florianópolis Cidade Criativa Unesco. Florianópolis, 2024. Disponível em: https://www.pmf.sc.gov.br/entidades/sedect/index.php?cms=programa+florianopolis+cidade+criativa+unesco&menu=0. Acesso em: 1 jul. 2024.

REIS, A. C. F. Cidades criativas: análise de um conceito em formação e da pertinência de sua aplicação à cidade de São Paulo. 2011. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) — Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. Disponível em: https://doi.org/10.11606/T.16.2012.tde-08042013-091615. Acesso em: 1 jul. 2024.

SECULT (Minas Gerais). Festur 2024 Festival Internacional de Turismo. Portal Minas Gerais, 2024. Disponível em: https://www.minasgerais.com.br/pt/eventos/ouro-preto/festur-2024-festival-internacional-de-turismo-e-cultura-de-ouro-preto-4-edicao. Acesso em: 12 nov. 2024.

QUEIRÓS, António dos Santos. Turismo cultural e economia do património. Revista Turismo & Desenvolvimento, v. 4, n. 21/22, p. 107-117, 2014.

QUEIROZ, Alessandra de Souza; GUILHERME, Francinete da Silva; VANZELLA, Elídio. Rota de pedestre e acessibilidade. Revista Mangaio Acadêmico, v. 2, n. 2, 2018.

VIVARA, V. Mídia e deficiência. Brasília/DF: Fundação Banco do Brasil, 2003.

Downloads

Publicado

31-05-2025

Como Citar

Lima e Silva, D., Mafra, K. K. C., Santos, S. R. dos, & Vanzella, E. (2025). Acessibilidade em centros históricos: uma análise exploratória em destinos turísticos brasileiros a partir do Tripadvisor. RITUR - Revista Iberoamericana De Turismo, 15(2), 19–38. https://doi.org/10.28998/ritur.V15.N2.A2025.pp19-38.18487

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.