Ver o invisível: experimentar e refletir a prática fotográfica/antropológica
DOI:
https://doi.org/10.28998/rm.2017.n.3.3519Palavras-chave:
Corporalidade, Pensamento sensorial, Antropologia Visual, Novas antropologias.Resumo
As reflexões sobre os limites da imagem como experiência, fazem com que, contemporaneamente, a fotografia reinvente seus suportes e sua relação com outras mídias, propondo diferentes diálogos e conexões. Nesses novos contextos, a prática fotográfica se amplia, possibilita experiências sensoriais diversas e convida o corpo. Dessa forma, este trabalho busca refletir sobre a prática fotográfica de corpo inteiro pelas pessoas com deficiências visuais. Nesse exercício, tomando os sentidos como integrados, é possível, portanto, ver por meio da escuta. E mais do que experiências de luz, como elemento que permite que nossos olhos vejam, e de som, como aquilo de nossos ouvidos recebem de forma imediata, as experiências sensórias se contrastam, se cruzam e se localizam em meio ao corpo em movimento; não mais como caminhos sensórios diferentes, elas, então, se complementam. Estas sensorialidades também desembocam no fazer antropológico, apresentando novas proposições teóricas e ferramentas metodológicas para a disciplina.
Palavras chave: Corporalidade. Pensamento sensorial. Antropologia Visual. Novas antropologias.
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