Representações compartilhadas sobre programa Minha Casa Minha Vida: análise do discurso sobre a construção do novo tempo na cidade de Lajeado
DOI:
https://doi.org/10.28998/rm.2018.n.5.4987Palavras-chave:
Representações. Habitação de interesse social. Programa Minha Casa Minha Vida.Resumo
O objetivo deste artigo é compreender como são construídas as representações sociais sobre o Programa Minha Casa Minha Vida, o maior programa de habitações de interesse social instaurado em 2009, identificando os atores envolvidos na construção da ideia do “sonho da casa própria” e mostrando o modo como as imagens dialogam de maneira complexa com os discursos institucionais e midiáticos. Neste sentido, busca-se dialogar com as imagens (discursos) institucionais dos conjuntos habitacionais na cidade de Lajeado, uma cidade de médio porte do Rio Grande do Sul, obtidas por meio de pesquisa na internet em sites institucionais e de jornais de circulação regional. O referencial teórico utilizado são os autores abordados que problematizam as relações sobre o estado e o discurso como Burke, Foucault, Hall, Olson e outros.A solução dos gigantescos conjuntos habitacionais construídos nas periferias das cidades brasileiras para driblar a crise habitacional se torna um símbolo de progresso e de modernidade e, em certos casos, a “salvação” de um Estado caritativo para a população de baixa renda. As imagens elaboradas pela imprensa associadas aos discursos institucionais representam diferentes formas de discurso sobre as políticas públicas de habitação de interesse social em um contexto de vulnerabilidade e precarização das condições de vida dos sujeitos.Downloads
Referências
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