Nos tempos dos charutos prateados: ressonâncias em torno do reconhecimento do Campo do Jiquiá como um patrimônio histórico do Recife
DOI :
https://doi.org/10.28998/rm.2018.n.5.5531Mots-clés :
Zeppelins. Campo do Jiquiá. Recife. Patrimônio históricoRésumé
O principal objetivo deste artigo é promover uma reflexão sobre as diferentes apropriações e ressonâncias promovidas a partir do reconhecimento de uma área da cidade do Recife como patrimônio histórico, tomando dois contextos distintos: o tombamento da área, no ano de 1983, e um posterior projeto de requalificação, em 2009. O local em questão é o Campo do Jiquiá, conhecido na cidade por ter sua história relacionada à passagem dos dirigíveis zeppelins na década de 1930. Para o alcance do objetivo proposto, foi realizada uma etnografia entre os anos de 2009 e 2011, tendo como base a utilização de dados secundários, como documentos em jornais e fotografias, e primários, como entrevistas em longa duração. Concluímos observando que o reconhecimento da área como patrimônio histórico, somado aos projetos de requalificação, promovem dois tipos distintos de ressonâncias, uma afetiva e outra instrumental.
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