Narrativas tecidas pela “Substância”
Identidade, Performatividade e Subjetividade de professores iniciantes no ensino superior
DOI :
https://doi.org/10.28998/2175-6600.2025v17n39pe18878Mots-clés :
Identidade, Subjetividade, Professores Iniciantes, Ensino superior, CinemaRésumé
O artigo apresenta uma análise reflexiva do filme A Substância (2024), fundamentada na literatura pós-crítica, para discutir as tensões e interações entre identidade e subjetividade docente no início da trajetória no magistério superior brasileiro. Partindo da metáfora central do filme — a coexistência de versões idealizadas e imperfeitas do eu —, o texto explora os desafios enfrentados por professores(as) iniciantes na construção de suas subjetividades e identidades profissionais, especialmente em contextos permeados por pressões institucionais, políticas neoliberais e demandas de performatividade. A partir de uma imersão na experiência vivida da autora como docente do ensino superior, problematizam-se as relações de poder que moldam os processos formativos e as políticas educacionais, revelando como tais dinâmicas estruturam a prática pedagógica e restringem possibilidades de autonomia e criatividade no ofício de ensinar. O artigo também trata do potencial emancipatório do cinema na formação docente, propondo o uso dessa linguagem como ferramentas pedagógica crítica que estimula reflexões sobre os dilemas éticos, emocionais e políticos da docência. Por fim, destaca-se a relevância da análise de experiências de si como meio de desvelar modos de ser e fazer na profissão docente, ampliando as possibilidades de significação da experiência educacional.
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