“Que horas a gente sai professor/a?”

tornar-se docente nos emaranhados da vida

Autori

DOI:

https://doi.org/10.28998/2175-6600.2025v17n39pe18713

Parole chiave:

Formação de Professores, Educação Universitária, Educação Escolar

Abstract

Este texto é tecido ao modo de um ensaio e busca alinhavar reflexões teóricas acerca dos processos que permeiam o tornar-se professor/a nos emaranhados da vida. Assim, articula-se pensamentos e escritas acerca da formação docente que acontece nos caminhos vividos, nas experiências, nas experimentações do/pelo/com o mundo, nas problematizações e na busca por caminhos possíveis. Inicialmente, situa-se o viver no Antropoceno como um período marcado por um mundo em ruínas, questionando quais são os papéis de educar e tornar-se professor/a nestes tempos. Em seguida, as dimensões das experiências e experimentações são trazidas ao texto, ligando-as com as vivências dos/as licenciandos/as na sua formação enquanto futuros/as professores/as em espaços de re-torno e re-encontro com as escolas, como no PIBID, na Residência Pedagógica e nos estágios supervisionados. São tangenciados atritos, tensões e disputas que permeiam a educação escolar, a formação de professores/as e a sua atuação. Por fim, apresenta-se o conceito de inédito viável como caminho possível para articular ativamente na transformação de um mundo ferido e de uma educação/formação capturada pelas tramas do sistema capitalista neoliberal.

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Biografie autore

Tiago Amaral Sales, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Professor Adjunto nos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas, vinculados ao Instituto de Ciências Exatas e Naturais do Pontal (ICENP), da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Campus Pontal. Professor Permanente no Programa de Pós-Graduação em Educação Básica (PPGPEDU) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pós-doutorado em Divulgação Científica e Cultural pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia (PPGED/UFU). Mestre em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Uberlândia (PPGED/UFU). Licenciado em Pedagogia pela Universidade Estácio de Santa Catarina (UNESA). Licenciado e Bacharel em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biologia da Universidade Federal de Uberlândia (INBIO/UFU).  

tiagoamaralsales@gmail.com

http://lattes.cnpq.br/2295345372533795 

https://orcid.org/0000-0002-3555-8026

Renata Priscila da Silva, Universidade de Pernambuco (UPE)

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2010), Mestra em Ensino das Ciências (2013) e Doutora em Ensino das Ciências (2019) pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Professora Adjunta da Universidade de Pernambuco (UPE) - Campus Petrolina.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/1192715532194789.

Orcid: https://orcid.org/0000-0002-9940-9046.

E-mail: renata.priscila@upe.br 

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Pubblicato

2025-06-10

Come citare

SALES, Tiago Amaral; SILVA, Renata Priscila da. “Que horas a gente sai professor/a?”: tornar-se docente nos emaranhados da vida. Debates em Educação, [S. l.], v. 17, n. 39, p. e18713, 2025. DOI: 10.28998/2175-6600.2025v17n39pe18713. Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/debateseducacao/article/view/18713. Acesso em: 26 giu. 2025.

Fascicolo

Sezione

Dossiê: Professores(as) iniciantes: políticas, experiências e narrativas em múltiplos contextos

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